NO TOPO PARA SERVIR OU PARA BRILHAR SOMENTE?
Em minhas caminhadas diárias gosto de apreciar as paisagens ao redor e a tudo observo e procuro tirar lições para a vida.
Quando se inicia a invernada, a época das chuvas aqui no Sertão, é maravilhoso observar como a paisagem muda bruscamente da noite para o dia, já na primeira chuva que cai. As pradarias e os morros, antes escalvados, renascem com todo o vigor, como que por encanto. É impressionante! Deslumbrante!
Junto com a relva, nascem também diversos tipos de ramagens, a mais comum é o Melão de São Caetano. Dessa gostava muito, pois fornecia com seus frutos o meu gado que eu colocava nos meus curraizinhos, quando brincava de fazendeiro. Pegava os melõezinhos e espetava em cada um deles, quatro palitos de fósforo, simulando as minha vaquinha.
Nostalgia aparte, observo que algumas ramagens se alastram pelo chão, cumprindo o seu papel de conservador do solo e de anti erosão. Porém outras, do tipo trepadeira, se apegam e sobem, pois querem sempre atingir o topo, não importa do que, contanto que esteja cada vez mais alto a contemplar o sol, como fiel seguidor.
Dentre as trepadoras, o maracujazeiro apenas sobem em busca da luz e nos devolvem saborosos maracujás, em troca de água em suas raízes. Já outras, como o Melão de São Caetano, tecem uma bela roupagem por onde se alastram, pelas paredes e cercas. Até aí, tudo bem, mas quando se trata de árvores, que gentilmente lhe cede o caule para favorecerem a subida, aí a coisa muda de figura. Esta ramagem torna-se ingrata e predatória. Encobrem as folhagens da árvore anfitriã roubando-lhe a cena e, como se não gastasse, o seu direito de contemplar o sol e obter sua vital fotossíntese, sem a qual atrofia e muitas árvores assim morrem.
Há bromélias que não são trepadeiras, mas se utilizas dos caules das árvores apenas para terem um apoio para crescerem e embelezar sua hospedeira. É o caso das orquídeas. Não são parasitas, pois têm raízes aéreas, alimentam-se dos nutrientes suspensos e da umidade no ar e além da beleza que oferecem, nos dão saúde pelas suas propriedades medicinais.
Há pessoas que agem quais plantas úteis e frutíferas. Estão ali para servir com o melhor de seus frutos Outras como as ramagens. Alumas precisam do apoio de outrem para produzir seus frutos (serviços), mas produzem e justificam a sua utilidade. Há porém outros que se utilizam dos outros apenas para aparecerem e quanto chegam lá no topo e, conseguindo ou não brilhar, acabam por sufocar e destruir quem o ajudou a atingir o topo.
Que tipo de pessoas temos sido? Temos produzido frutos e serviços para abençoamos? Temos aprendido a retribuir aos que nos ajudam a subir na vida, pelo menos reconhecer neles o quanto foram e importantes para as nossas vidas?
Que o nosso viver não seja só de aparências, mas de vida útil com produção de frutos eficazes e permanentes para a vida.
Que o Senhor seja glorificado através de nosso viver!
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