domingo, 21 de setembro de 2008

Soneto: MATURA IDADE

MATURA IDADE
João Bosco Rolim Esmeraldo

O tempo passa, e eu, voltado à lida
Vejo, sem tempo, a vida despontar;
Passo o tempo todo, sem contar a vida;

Sigo pela vida sem poder contar.

Quando era criança, o tempo não corria
Vivia a correr, e o tempo não passava,
Pura ilusão, a vida transcorria,
Mas o futuro, parece, não chegava.

Sem passatempo, a idade foi chegando;
Quase sem tempo, os dias encolhendo;
Passou-se o tempo, a vida encurtando.

Como desejo, agora, estar revendo;
Como criança, de novo, ir contando;
O tempo em que vou envelhecendo.

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