Como podes, meu Senhor,
Seu eu cheio de ardil
E um pecador tão vil,
Ser alvo do Teu amor,
Seres tu meu remidor?
Nada posso eu fazer
Para, ao menos, merecer
Um pouco de compaixão,
Muito menos Teu perdão
Deveria eu merecer.
Havia grande barreira
A me separar de Ti,
Porque eu me perverti
Dos Teus caminhos, bobeira;
Tentei mas só fiz besteira.
Quanto mais quis acertar,
Mais de Ti fui-me afastar,
Pois quis ser independente,
Num caminho diferente,
Por mim, não pude acertar.
Mesmo vendo não dar certo,
Prossegui caindo, errante.
Pra voltar fui relutante,
Daquele seco deserto.
Te queria bem por perto.
Mesmo com o orgulho ferido,
Reconheci-me perdido;
Clamei, gritei por socorro,
E ao pé da cruz então corro,
Do fundo do poço, vencido.
Um trapo de nada me achei,
Da vida qual abortivo
Sem achar qualquer motivo
Pra viver, muito chorei;
Desgostoso, lastimei?
Como pode me querer?
Sou digno de perecer!
Não mereço-Te, Senhor!
Sou alvo do Teu amor,
Mesmo sem o o merecer.
“Não te criei, filho meu,
Pra sofrer destruição,
Por isso provi perdão;
Eu limpo o pecado teu
No sangue que o Filho verteu.
E assim, se tu confessares
Teus pecados e o deixares
Te perdoo, com certeza
Eu dou-te real pureza.
Segue pois, sem mais pecares.
E assim, eternamente,
Comigo no Céu vais morar.
E isso não vai demorar,
Basta a Mim ser temente,
E a mim ser obediente.
Fica atento desde agora;
Não sabes nem dia, nem hora,
Mas deves 'star preparado,
Pra néscio não ser pegado.
Eis que Eu venho sem demora.
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