segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

DICAS PARA UMA BOA COMPOSIÇÃO 12.04.2010

Gostaria de compartilhar algumas dicas para que se obtenha uma composição de qualidade.
Embora a ordem não seja uma condição 'sine qua non' para se conseguir um bom resultado, é recomendável que façamos primeiro a letra.
A letra pode ser composta de versos rimados ou não, simétricos ou não. O que importa mais aqui é que evitemos o erro de prosódia.
Mas, afinal, o que é prosódia?
Segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa,
prosódia é:
s. f.
1. Vocalização das palavras segundo as leis do acento e da quantidade. = ortoépia
2. Boa pronúncia. = ortoépia
3. Acentuação das palavras. = ortoépia
4. Ling. Estudo dos sons da fala, do ponto de vista da acentuação, entoação, duração, etc.
Em outras palavras, prosódia ou ortoépia é exercício de pronunciar bem as palavras tanto quanto a acentuação quanto a entoação e duração, quer seja simplesmente falando-as, quer seja discursando, declamando ou cantando. O acento deve ocorrer exatamente na sílaba forte da palavra. Além do acento na sílaba forte da palavra, existe ainda o acento forte da frase. Além de termos que respeitar essa prosódia, devemos ter o cuidado de utilizar vocais forte e sonoras. Isto significa que sempre que possível devemos evitar as vagais 'i' e 'u' nas sílabas fortes da frase ou verso, pois consomem muito ar com pouco efeito sonoro.
Vamos exemplificar para uma compreensão maior. Peguemos como exemplo o verso da música de David Quinlan:
'Quero ser como criança Te amar pelo que és;
Voltar a inocência E acreditar em Ti.
Mas às vezes sou levado Pela vontade de crescer;
Torno-me independente E deixo de simplesmente crer'.
Trata-se aqui de uma construção assimétrica, mas a prosódia está quase perfeita. Um detalhe quase imperceptível, para o ouvinte desatento. Note que a palavra 'como' no primeiro verso está pronunciada de forma incorreta, ferindo a ortoépia - 'komú' em vez de 'cõ´mo'. Isso pode ser contornado alongando ligeiramente a nota do 'cõ' e encurtado a nota de 'mo'. Todo bom intérprete pode se dar ao trabalho de corrigir a prosódia para o bem da clareza da mensagem que queira transmitir. Isto faz parte da arte de interpretar.
Evitemos palavras de sentido dúbio ou sequência de sons que possam gerar cacófatos que além de soarem de modo desagradável aos ouvidos, podem levar a interpretação errônea da mensagem que você queira transmitir.
Se a composição é Gospel, a letra deve ser coerente com a mensagem Bíblica. devemos evitar temas ou doutrinas alheias às Escrituras.
Faça uso das estrofes para denunciar um problema e suas consequências, mas use os refrões para colocar a verdade que realmente queira difundir aos ouvintes, a conclusão ou a solução do problema proposto. Geralmente o refrão é uma mensagem conclusiva de tudo o que se cantou antes. É a solução para a proposta apresentada nas estrofes.
Quanto a musicalidade, explore o uso de notas ligeiras nas estrofes, usando notas menos rápidas nos refrões ou vice-versa.
Ouse ser criativo. Não floreie muito, mas seja simples, claro e objetivo.
Evite frases que possam atentar contra a moral e o bons costumes. Seja sempre claro e objetivo. É possível ser criativo sem ser comercial ou apelar para expediente inapropriados.
Nunca deixe sua letra sem conclusão. Você até pode terminar cada estrofe em suspense, quer seja na letra quer seja em termo de acordes em suspenso e não concluindo. mas deve sempre concluir a melodia, nem que seja no último verso, mas que seja conclusivo.
Nós, compositores, podemos tanto fortalecer um idioma, a cultura ou o povo desta fala quanto destruir essa mesma cultura. Dependerá muito da forma que escrevemos, falamos ou cantamos.
Nesse caso, vamos juntos fortalece o nosso idioma. Só depende de nós.
Que Deus abençoe a todos.

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