segunda-feira, 6 de junho de 2011

CORDEL #033: LAMENTOS DE UM CARIJÓ



Do alto do pé de laranja
Vê o carijó e se espanta
Com um grande nó na garganta:
Porque galinha de granja,
O teu destino é ser canja?
Por que é que eu me abalo?
O homem, pra mim, é um entalo
Pois, entre todos os povos
Faz a galinha por ovos
E sem, ao menos, ter galo.

De dormir, não tem direito
E, numa gaiola de aço,
Disputa o mínimo espaço,
Sem ter um ninho, seu leito,
Descansa, assim, sobre o peito.
Parece alucinação
Perene iluminação;
Fá-la comer todo instante,
É por demais irritante,
Parece conspiração.

Não têm comiseração.
Não aguento, fico bravo
Com tanto trabalho escravo,
É grande a exploração.
Ó gente sem coração!
Os granjeiros não dão trela
Não estão nem aí para ela
É sofrimento de mais.
E quando ovos não põe mais
O seu fim é na panela

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