quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Cordel #085: EU TENHO DEDOS PENSANTES



Às vezes fico em apuro
Quando estou a escrever
Não é fácil descrever
E, às vezes, fico inseguro,
Faz-me sentir imaturo.
São coisas interessantes
Mas também incomodantes,
Escrevo o que não escrevi,
Que talvez nem antevi,
Pois tenho dedos pensantes.

São dedos bem apressados
Querem sempre completar
Palavras locupletar
Talvez sejam atrapalhados,
Por serem precipitados.
E não são nada pedantes
Não só agora, como dantes,
Inverte a ordem das letras,
Sai palavrão (que mutretas!),
Pois tenho dedos pensantes.

Escrevem o que não pensei
Fico besta, de verdade,
Ora, que perversidade!
Me envergonhas, que nem sei
De corrigir, me cansei.
São mesmo embaraçantes
Chegam até ser provocantes.
Sendo comigo rijo,
Depois corrijo e corrijo,
Pois tenho dedos pensantes.

Se escrevo sem olhar
O teclado sempre acerto,
Mas, se olho, é bem certo,
No seco vou-me molhar,
Letras a me atrapalhar.
Escrevo textos brilhantes
Quiça sejam estonteantes,
Mas, se olho, é confusão
Erro e firo o coração,
Pois tenho dedos pensantes.

Não sei como dominar
Meus independentes dedos,
Só de pensar, me vêm medos,
Quer sejam em terra, ar ou mar,
Vem lá do subliminar.
Por isso são deslizantes,
Indômito, extravagantes,
Mesmo que cuidados tenha,
O erro sempre me advenha,
Pois tenho dedos pensantes.

Creio que seja normal
Meus dedos assim agirem
Vez em quando afligirem
Agindo de modo abnormal.
Talvez, por automação
Se portem assim, intrigantes,
Pensamentos instigantes,
Quem sabe, por dedução
Subliminar traição,
Pois tenho dedos pensantes.

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